quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Por que meu voto é Dilma

Estamos vivenciando um momento único em nosso país, embora muitos de nós não tenhamos a real dimensão disso. O que está em jogo no segundo das eleições presidenciais é algo muito maior do que gostar ou simpatizar com algum dos dois candidatos do pleito: Dilma ou Serra. Eleições majoritárias, como é o caso de prefeitos, governadores e, especialmente, presidentes da república não devem ser consideradas unicamente pelo perfil dos candidatos, suas personalidades ou qualidades pessoais. Devemos pensar em algo para além das qualidades ou características pessoais de cada um. O que deve nortear nossa decisão é o projeto de país que o candidato em si representa, juntamente com seu partido e coligação. É esse pano de fundo no qual eu voto. Votei em Humberto Costa para senador por Pernambuco, embora não tenha muita simpatia pessoal por ele. Mas maior que ele é o projeto político no qual ele está engajado, o do Partido dos Trabalhadores e da coligação partidária que o dá sustentação. Na eleição presidencial a história é a mesma. Embora possamos ter algumas diferenças em relação à candidata Dilma Rousseff, mesmo achando que o PT e sua coligação partidária poderiam escolher outro nome (Ciro Gomes, por exemplo), eu não tenho nenhuma dúvida de que ela é a presidente que melhor representará as coisas que acredito quando estiver ocupando a pasta titular do executivo federal. José Serra, como opção contrária, seria o último nome dos candidatos concorrentes nessas eleições em quem eu votaria. Além de eu não nutrir nenhuma simpatia pessoal por ele (fato que considero menor), o projeto político que ele representa é aquilo que eu mais me causa ojeriza em política. Não é do interesse tucano, por exemplo, que o Estado invista em Educação Pública de Qualidade. As universidades federais quase fecharam. Foram oito anos do governo FHC sem aumento salarial para servidores de universidades, sem reajustes inclusive para todo o serviço público federal. No tucanato, o Estado está a serviço da iniciativa privada. Para Serra e seu grupo político, que representam sobremaneira os interesses da alta elite de São Paulo, é só criar as estruturas para que a indústria e o agronegócio se desenvolvam que o resto dos problemas do país hão de se resolver. O projeto que Dilma representa nessas eleições é bastante diferente. Para Dilma, o PT e a coligação que dá base a essa candidatura, o Estado deve intervir fortemente para que haja justiça social. O investimento no serviço público (é bom lembrar a enorme quantidade de concursos que houve nos últimos oito anos) não é gasto sem sentido, mas a forma de garantir que as estruturas do Estado possam de fato prestar bons serviços à população. Investir em universidades e nas instituições públicas como um todo é um caminho para melhorar as condições do povo. Além disso, sou pernambucano e não posso ser injusto que mudou os rumos do meu Estado. Nos oito anos do Governo Lula, o qual Dilma representa e irá dar continuidade e até ampliá-los, com o apoio do governador Eduardo Campos. Estaleiro, Refinaria, Suape (conheço muita gente, inclusive amigos “evangélicos”, que dependem hoje dessas obras), quatro novos campi universitários (Dois da UFRPE e dois da UFPE) e uma nova Universidade (Univasf), além de grande avanço na construção civil com o “Minha Casa, Minha Vida”. Pernambuco é outro Estado depois do Governo Lula. Antes, com FHC, passamos oito anos esquecidos, sem investimento algum de base, sem apoio de projetos estruturadores para desenvolvimento das diversas regiões do Estado. O Governo Lula/Dilma descentralizou boa parte de nossas riquezas, fez com que parcelas significativas que viviam na miséria passassem a ter melhores condições de vida. Corrupção? Houve! Desvios de verbas públicas, também, infelizmente! Mas garanto que não seria diferente em governo de partido algum (certamente seria pior), pois nossa estrutura política atual é conivente com isso, embora a fiscalização tenha melhorado significativamente no Governo Lula (vide as ações da Polícia Federal, do Ministério Público e outros órgãos e instituições públicas). Contudo, não podemos negar que “nunca antes na história desse país” houve tanto espaço para as populações miseráveis, para os pobres, para a classe média baixa, para gente que esteve há séculos de fora da ciranda do desenvolvimento! Por essas e outras, sem falatórios ufanistas ou religiosos-fundamentalistas, não tenho nenhuma dúvida em quem eu votarei para o cargo de presidente do Brasil! Meu voto é Dilma,13!

2 comentários:

  1. Boa, Bruno! Dilma com convicção e fé!

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  2. Sei nem o que dizer devido a um discurso tão perfeito!!! To com um blog novo Bruninho, dá uma olhadinha lá e deixa tua recomendação de livros tá!
    Grande beijo
    http://narilivros.blogspot.com/

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